Casa de análise Eleven Financial também iniciou a cobertura da companhia hoje, recomendando a compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 8,00
As ações preferenciais da Taurus Armas fecharam o dia com avanço de mais de 14%, ficando entre as maiores altas da B3 (ela não faz parte, porém, do Ibovespa), no dia em que foi divulgado que o Ministério da Justiça anunciou edital para a compra de quase 160 mil pistolas e que a Eleven Financial iniciou a cobertura da companhia, recomendando a compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 8,00, o que representa uma possibilidade de valorização de 140,2%.
As ações preferenciais (sem direito a voto em assembleia de acionistas) subiam 14,71%, a R$ 3,82, maior valor desde 29 de março. O volume financeiro somou R$ 10,1 milhões, acima dos R$ 813,9 mil apurados na sexta-feira e o maior giro financeiro desde 14 de agosto.
Os papéis ordinários também apresentaram forte valorização, de 10,18%, a R$ 3,68, com giro financeiro de R$ 2 milhões, acima dos R$ 38,4 mil de sexta-feira.
Edital
Uma das notícias positivas para a empresa veio do Ministério da Justiça, que divulgou um edital para a compra de cerca de 158 mil pistolas calibre 9 milímetros, arma que a Taurus possui uma versão. Cada arma terá de vir com uma maleta e quatro carregadores. As propostas começam a ser entregues hoje e elas serão abertas em 18 de novembro. Apenas com armas, o valor indicado pelo governo é de um gasto de cerca de R$ 320 milhões.
Cobertura de analista
Outro ponto favorável aos papéis é a recomendação da Eleven. Os analistas Flávia Ozawa, Odilon Costa e Carlos Daltozo avaliam que a Taurus vem passando por uma profunda mudança operacional e financeira nos últimos anos, iniciada com a entrada da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) como controlador, em 2015.
Desde então, a companhia conseguiu melhorar seu processo produtivo. A automatização do processo produtivo na unidade de São Leopoldo (RS), resultou maior uniformidade dos produtos e controle sobre a qualidade.
A mudança da localização da fábrica nos Estados Unidos, de Miami para Bainbridge, Geórgia, é vista pelos analista da Eleven como um catalisador para os papéis da Taurus. A nova fábrica, construída após o governo estadual fornecer subsídios, deve resultar em um aumento da capacidade produtiva, de 400 mil unidades para 800 mil unidades ao ano.
Ela permitirá à companhia priorizar a venda aos Estados Unidos, e a mudança no processo fabril poderá gerar uma oportunidade de reajustes de preço e consequente recuperação das margens, de acordo com o relatório.
“A companhia está em um processo interessante, apresentando resultados sólidos que há muito tempo não se via”, disse Daltozo ao Valor. “A piora já passou e vemos sinais de evolução consideráveis.”
le e seus colegas destacam que a Taurus ainda tem um longo caminho pela frente, considerando que ela acumula um prejuízo de R$ 964,7 milhões e um passivo a descoberto de R$ 305,7 milhões, além de ter um elevado nível de endividamento.
Fonte: (Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico).